Há 50 anos o Santos sagrou-se BICAMPEÃO MUNDIAL! Para celebrar esta importante conquista, abaixo reproduzo um texto originalmente publicado no famoso ALBUM DE OURO, 2ª edição, 1965.
Derrotando o Boca Junior na final das Américas, novamente credenciou-se o alvinegro à final da Taça do Mundo Interclubes.
Pela Europa, qualificou-se o Milan, da Itália.
O primeiro encontro foi travado em Milão, no Estádio de San Siro, no dia 16 de outubro de 1963.
Ernst Haberfelnner, da Áustria, o Juiz.
Lula mandou a campo: Gilmar, Lima, Haroldo e Geraldino; Calvet e Zito; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
Enorme platéia a <<empurrar>> o Milan, para a vitória. Milão, grande centro industrial italiano, naquêle dia amanheceu com os olhos voltados para San Siro. E, à hora do prélio, o estádio apontava notável platéia, que traduzindo-se em cifras para moeda nacional, representava nada menos que Cr$ 280.000.000,00!
Não foi feliz o Santos, nêsse primeiro encontro.
Sofreu dois gols logo ao inicio. Recompôs-se em parte no inicio do período final, estabelecendo um gol, mas a seguir surgiu a pronta reação dos italianos.
Placar final:
Milan, 4
Santos, 2.
Os gols do Santos: Pelé.
A 14 de novembro daquele ano de 1963, no Maracanã, seria travada a segunda partida. Um empate bastaria ao Milan para a conquista do título.
Dias antes do sensacional combate, três enormes <<baixas>> no plantel alvinegro: Zito, Calvet e… Pelé!
A semana que antecedeu o encontro foi do mais intenso nervosismo. Tudo foi feito para que aquêles três soldados pudessem participar da batalha. Mas a luta resultou em vão. Não poderiam jogar.
O técnico santista escala o quadro: Gilmar, Ismael, Mauro e Dalmo; Haroldo e Lima; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Almir e Pepe.
O argentino Juan Brossi dá início ao encontro, com os italianos formando: Ghezzi, David, Maldini e Trebi; Pelagali e Trapatoni; Mora, Lodeti, Mazzola, Rivera e Amarildo.
Quando o cronômetro atingia 20 minutos, já o placar apontava:
Santos, 0 x Milan, 2.
E assim foi até o final do período de abertura.
A platéia de Maracanã (Cr$ 98.075 500,00, recorde), a um só tempo pensou: o jôgo está perdido. Mas à êsse pensamento pessimista, sobrepujou-se a esperança. E assistiu-se, então, a um dos maiores espetáculos de todos os tempos, no que respeita à entusiasmo, vibração, brio. A uma só voz, o Maracanã aguardou a entrada do Santos para o período complementar, com estrepitosa demonstração de confiança. Mais de 130 mil pessoas a darem ao alvinegro a certeza de que êle não estava sozinho. Mais de uma centena de milhares de almas a dizerem ao Santos: o Brasil confia em tí!
Do céu começaram a cair fortes chuvas. Do estádio, viriam chuvas de emoções.
Nos primeiros minutos, Almir vence Guezzi, mas a pelota teimosamente choca-se contra a trave. . . Angústia, desespero, ansiedade. . .
Instantes após Pepe cobra falta e sacode as rêdes italianas. Era o início da inolvidável reação.
Mal o Maracanã termina de festejar o tento e Dalmo cobra falta pela esquerda. Mengálvio toca levemente de cabeça e determina: Santos, 2 x Milan, 2.
O título ainda era do campeão europeu. Só a vitória poderia provocar o terceiro encontro.
Os minutos que se seguem são de enorme são de enorme expectativa. Ninguém desvia a atenção do jôgo. Todos voltados aos mínimos detalhes. E foi com êsse ambiente que Lima recebe a bola na intermediária do Milan, percebe um corredor à sua frente e invade. Ainda de fora da área, tenta o tiro. Coloca nos pés toda a fôrça que Deus lhe deu. Estufam as rêdes de Ghezzi. O Santos passa à frente.
Ainda estão atordoados os italianos. E antes que possam ajustar suas linhas, Pepe, novamente de falta, decreta mais um gol para os Santistas: 4×2. Em menos de vinte minutos, o Santos assinalara quatro tentos.
Assistiu-se, então, ao valsar alvinegro no Maracanã. A cancha molhada do maior estádio do mundo, não impediu que os santistas propiciassem àquela platéia tão dedicada, uma exibição esplendorosa.
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Chegou ao fim o encontro com a monumental vitória do Santos, provocando nova partida, que decidiria o cétro mundial, alí mesmo no Maracanã.
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Nóvos exames em Pelé, Calvet e Zito. E todos revelaram que nenhum deles poderia jogar.
Mas o ânimo do praianos era inquebrantável.
Lula então, determinou o mesmo quadro para a batalha final: Gilmar, Ismael, Mauro e Dalmo; Haroldo e Lima; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Almir e Pepe.
Quando Juan Brossi deu fim a batalha, o placar do Maracanã apontava o campeão do mundo:
Santos, 1
Milan, 0.
O autor do tento: Dalmo (de penal).
A renda do encontro: Cr$ 91 546.000,00.
Com essa vitória o Santos conquistava, pela primeira vez na história do torneio, um bi-campeonato. Data, 16 de novembro.
E o mundo inteiro, diante de tão viva demonstração de poderio, tributou-lhes as homenagens de IMPERADOR DO MUNDO!
PARABÉNS SANTOS FUTEBOL CLUBE
PELOS 50 ANOS DESTA MARAVILHOSA CONQUISTA!!
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