Concluí a leitura do livro “Santos: Dicionário Santista” de José Roberto Torero.
Já li diversos livros que possuem o Santos como tema central e embora este livro tenha sido lançado há alguns anos eu ainda não tinha tido a oportunidade de realizar a leitura do mesmo.
Assim como todas as iniciativas do Torero, o livro é bem interessante, possui belas fotos e traz verbetes que nos faz passear pela gloriosa história do Santos Futebol Clube durante a leitura.
Muito do que li, evidentemente eu já conhecia, mas alguns verbetes trouxeram-me novos conhecimentos.
É mais um daqueles livros que vale a pena o torcedor santista adquirir para integrar sua respectiva biblioteca santástica.
Abaixo alguns verbetes encontrados no livro, um de cada letra, uns na íntegra e outros parcialmente:
A
A: Adolfo Millon, Anacleto Ferramenta, Ari Patuska, Agostinho Marba e Arnaldo Silveira formaram, na década de 1910, o terrível ataque dos cinco “As”. O grande momento do quinteto aconteceu nos jogos da Liga Santista de 1915, quando o recém-criado Santos Foot-Ball Club faturou o título com dez vitórias em dez jogos, marcando 42 gols.
B
BÊ: Nos primeiros anos, a sigla estampada nas camisas do time era S.F.B.C., de Santos Foot Ball Club. Mas em 12 de dezembro de 1915 juntaram o “foot” e o “ball” e sigla passou a ser S.F.C.
C
CAFÉ PAULISTA: O Café Paulista, no centro da cidade de Santos, foi um histórico ponto de encontro dos admiradores do Peixe. O Café Paulista estava tão ligado à vida do clube que, em 1922, foi um dos lugares escolhidos para a primeira venda antecipada de ingressos da história do time.
D
DOUTOR: Na infância, Sócrates, o ex-craque do time da Marginal*, torcia para o Santos. Depois de abandonar a carreira, decidiu voltar ao futebol e jogar pelo seu time de coração. E o melhor é que ele acabou com jejum de quatro anos sem vitórias sobre o time da Marginal.
*No livro o autor escreveu o nome do tal time da Marginal, mas aqui neste blog eu prefiro não escrever. #SAIZICA
E
EDISON: Edison, com “i”, e não Edson, é o verdadeiro nome de Pelé. Seu pai, Dondinho, que admirava Thomas Alva Edison, batizou o filho com o sobrenome do famoso inventor.
OBS: agora eu entendo porque quando Edison me concedeu uma dedicatória ele escreveu Edimar e não Edmar, mesmo eu informando que era com “d” mudo, rsrs.
F
FRIEDENREICH: Pouco se fala disso, mas o mitológico Arthur Friedenreich, maior jogador brasileiro da história do amadorismo, vestiu a camisa do Santos (1935).
G
GYMNASIA Y ESGRIMA: O tradicional time portenho foi o adversário do primeiro jogo do Santos fora do país.
H
HISTÓRIA: Assim como a história da humanidade, a história do glorioso alvinegro praiano pode ser dividida em seis fases:
– A pré-história: vai da fundação, em 1912, até 1926. É marcada por grandes privações na vida administrativa e meras figurações nos campeonatos estaduais.
– A idade antiga: curta mais memorável, se inicia em 1927, quando é formada a linha dos cem gols, e se estende até 1935, ano da conquista do primeiro título estadual.
– A idade média: é a idade das trevas, que dura de 1936 até 1954. É um longo período de escassez de títulos.
– A renascença: vai de 1955, quando se quebra o jejum de vinte anos sem o título paulista, passa por toda era Pelé e segue até 1974, ano da despedida do Rei.
– A idade moderna: vai de 1975 a 1994, vinte anos difíceis, quase um novo deserto de conquistas, mas com alguns oásis.
– A fase contemporânea: o time se reergue com o vice-brasileiro de 1995, consegue alguns títulos menores, como Rio-São Paulo e a Conmebol, e coroa o período com os Brasileiros de 2002 e 2004.
OBS: o livro foi lançado em 2005, portanto não contempla todos os demais títulos conquistados na fase contemporânea.
I
ÍDOLOS: O Santos é um clube com jogadores que marcaram história do futebol mundial. Formar uma seleção com eles é sempre uma dificuldade, uma certeza de polêmica.
OBS: No livro o autor cita vários ídolos, mas resolve parar, de modo que não falte papel no mundo.
J
JOSÉ MACIA: Nome de Pepe, o Canhão da Vila, jogador tão importante na história alvinegra que só perde para Pelé na artilharia e no número de vezes que entrou em campo para defender o clube. Foram 405 gols em 750 partidas e jamais recebeu um cartão vermelho.
K
KANEKO: O atacante Kaneko não teve passagem especialmente brilhante pelo Santos, mas protagonizou pelo menos um lance antológico. Num jogo na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista de 1968, ele aplicou uma carretilha num zagueiro do Botafogo de Ribeirão Preto e cruzou para Toninho Guerreiro, que, coroando o lance, tocou de chaleira para as redes. Talvez tenha sido o mais belo gol da história do time registrado pela televisão.
L
LEAIS: Os dez jogadores que mais vestiram a camisa do Santos foram:
Pelé: 1114
Pepe: 750
Zito: 733
Lima: 696
Dorval: 612
Edu: 584
Clodoaldo: 509
Tite: 475
Coutinho: 457
Carlos Alberto: 445
OBS: o mantenedor deste blog (Edmar Junior) teve a honra de conhecer pessoalmente todos estes leais jogadores e sempre agradece aos Deuses do Futebol por esta honra.
M
MENINOS: O primeiro título importante conquistado após a era Pelé foi o Campeonato Paulista de 1978. Nessa disputa, o Santos contava com uma jovem equipe conhecida pelo apelido de Meninos da Vila.
N
NICOTINA: Em 1928, eram fabricados, pela Manufatura de Fumos São Paulo, os cigarros Santos F.C.
O
OBRA-PRIMA: O jogo foi no dia 2 de agosto de 1959, na rua Javari. Pelé era xingado de “macaco” pela torcida do Juventus. Sua vingança seria o gol mais espetacular de sua carreira, embora não registrado por nenhuma câmera de televisão.
Leia também: A TRAVESSURA DO REI PELÉ
P
PEDIDO: José Joaquim Marques foi um dos mais febris torcedores santistas. Em 1917, ele mudou do bairro do Macuco para a Vila Belmiro, a fim de ficar mais perto do seu time de coração. Marques e D. Cotinha, com quem foi casado por 64 anos, iam a todos os jogos do Santos, inclusive os que aconteciam em cidades próximas, como São Paulo e Campinas. Quando morreu, aos 87 anos, suas últimas palavras foram: “Cotinha, vire meu rosto para o lado da Vila. Quero morrer olhando o nosso clube.”
Q
QUADRICULADO: Em 1996, com a determinação da Federação Paulista de que as equipes entrassem em campo com camisa, calção e meias de cores diferentes, o Santos se viu diante de um dilema: se usasse calção preto, ficaria com o uniforme parecido com o do arqui-rival time da Marginal. A diretoria recorreu então a calções quadriculados e estrelados.
R
REI: Edison Arantes do Nascimento dispensa apresentações, é o maior ídolo da história do futebol. Em seus 18 anos defendendo as cores alvinegras foram conquistados 50 dos até então (2005) 82 títulos do clube. Com seus 1.091 gols em 1.114 jogos é o maior artilheiro, a maior glória e o maior orgulho da história do clube.
S
SAIAS: Só no dia 10 de abril de 1917, o Santos passou a ter mulheres como sócias. Foram as senhoras Amélia Santos e Mayard Costa de Oliveira.
T
TERESA TEAM: Extinto já há muito tempo, o Teresa Team foi o primeiro adversário não-oficial da história do Santos.
U
UM: Se fosse possível formar um time com seus camisas 1, o Santos formaria uma seleção de primeira: Gylmar, Tuffy, Lalá, Laércio e Ciro; Cláudio, Athié e Zetti; Manga, Cejas e Rodolfo Rodriguez. E entre outros, Pelé, que jogou algumas vezes como goleiro e NUNCA LEVOU um gol
V
VOSSA EXCELÊNCIA: No item longevidade, ninguém supera Athié Jorge Coury como Presidente do clube, dirigiu o Santos de 1945 a 1971.
W
WASHINGTON LUÍS: Presidente da República entre 1926 e 1930, entra na história alvinegra graças a um episódio envolvendo o atacante Feitiço:
Após uma confusão acerca de um pênalti, o Presidente enviou um assessor ao gramado: “O excelentíssimo Presidente da República mandou dizer aos paulistas que deixem bater o pênalti.”
Feitiço rebateu:
“Pois diga ao excelentíssimo senhor doutor Presidente da República que ele manda no Brasil, mas quem manda no campo somos nós”.
Por conta desse destempero, ele foi suspenso pela diretoria.
X
XEQUE-MATE: A partida final do Campeonato Brasileiro de 2002 foi um jogo de xadrez. Mas foi o Santos quem deu o xeque-mate, marcando dois gols com Elano e Léo.
Y
YPIRANGA: O glorioso alçapão da Vila Belmiro foi inaugurado no dia 22 de outubro de 1916, o adversário da tarde foi o Ypiranga, da capital, derrotado por 2 a 1.
Z
ZALUAR: Era o arqueiro do Corinthians de Santo André em 1956, foi ele o primeiro goleiro a tomar um gol de Pelé, então menino de 15 anos. Sentindo-se abalado por sofrer um gol por baixo das pernas de um garoto franzino, Zaluar abandonou o futebol depois desse jogo.
Bom, é isso aí, estes e muitos outros verbetes interessantes da gloriosa história do Santos Futebol Clube podem ser conferidos adquirindo o livro Santos: Dicionário Santista de José Roberto Torero, editora Ediouro.
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