O empresário ucraniano Nikolai Hubobin chegou nesta semana a Santos pela segunda vez distribuindo muitos sorrisos e uma simples palavra: Spasiba (“obrigado”, em russo, um dos idiomas oficiais do País).
A manifestação de agradecimento em visitar Santos novamente tinha um motivo – e muito justo. Ele é conhecido por ser o”craque” do Pelé FC – Futebol Clube ou Fã Clube, como preferir. Sua admiração pelo Pelé o projetou a criar um museu em homenagem ao Atleta do Século, eterno ídolo do Santos FC.
O museu em questão fica na cidade de Lugansk (com cerca de 445 mil habitantes) na Ucrânia, com um acervo de mais de 3 mil peças. Nikolai Hudobin foi um exímio colecionador durante 40 anos – no que podia economizar no dia-a-dia, guardava para comprar qualquer objeto vinculado ao jogador. Em exposição, é possível encontrar relíquias relacionadas a Pelé e ao futebol em geral. Os grandes destaques são o broche comemorativo da Copa de 58, relógio presenteado por Pelé a Valentin Afonin, ex-zagueiro da URSS, e diversos objetos pessoais assinados pelo Rei.
Mas, afinal, como e quando surgiu tamanho fascínio por Pelé e, posteriormente, pelo Santos FC e pela Cidade, símbolos do Atleta do Século?
Milésimo gol
Era 19 de novembro de 1969. Hudobin tinha nove anos de idade. Pelé, por sua vez, tinha 20 anos a mais. No Maracanã, fazia seu milésimo gol em cobrança de pênalti contra o Vasco da Gama, vitória do Santos por 2 a 1. “Foi assim que passei a admirar Pelé. Aquele gol foi emocionante”, diz Hudobin. Mas a grande emoção de sua vida chegaria após 28 anos. Em 1997, Hudobin fez a “jogada” mais acertada de sua admiração pelo jogador brasileiro. Seu amigo russo, Guennady Efánov, ligou avisando que o Rei estaria em Moscou para uma apresentação da propaganda Café Pelé. Nikolai tinha 37 anos. “Quase desmaiei quando vi Pelé pessoalmente”, conta.
Quando percebeu que tinha uma quantidade considerável de objetos e arquivos relacionados ao seu ídolo, Nikolai Hudobin recebeu a ajuda de mais uma amiga: dessa vez, uma jornalista que entendia o idioma português, que levou a carta dele traduzida ao Rei. Nela havia a intenção e o pedido de autorização para que ele pudesse criar e inaugurar o Museu Pelé na cidade de Lugansk, na Ucrânia. Mesmo não falando o mesmo idioma, a atitude de Pelé foi genuína e sem necessidade de qualquer tradução: abraçou o fã da Europa Oriental. “Perdi a consciência por três minutos. Depois, ganhei um autógrafo”, riu.
Outros ídolos
Nesta última visita, Nikolai Hudobin aproveitou para comprar mais um artigo do Peixe e assistiu ao jogo da final da Copa do Brasil Sub-20 entre Santos x Criciúma. Conversou sobre Andriy Shevchenko, o “Pelé” da Ucrânia, e Lev Yashin (goleiro russo conhecido como Aranha Negra).
E sobre os brasileiros no futebol ucraniano, como no Shakhtar Donetsk? “Não tenho opinião sobre esse assunto. O Santos e o Pelé é o que importam“, diz o ucraniano com jeitinho brasileiro – e por que não santista também?
Fonte: Boqnews | Natasha Guerrize